No dia 28 de junho de 2022, pelas 16h00, no Mercado de Matosinhos, realiza-se a apresentação do livro e inauguração da exposição Rostos da Maré — Vidas Cruzadas entre Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Com edição de Abel Coentrão, jornalista e presidente da Bind’ó Peixe, o livro Rostos da Maré conjuga assim trabalho fotográfico contemporâneo, fotografias partilhadas pelos participantes e os textos resultantes de longas entrevistas feitas pelos jornalistas Ângelo T. Marques (Póvoa de Varzim), David Mandim (Vila do Conde) e Luísa Pinto (Matosinhos).
Dezenas de cidadãos e cidadãs, habitantes de Matosinhos, Vila do Conde e da Póvoa de Varzim acederam a contar as suas histórias de vida para um projeto que, com elas, desenha uma rota pelas interdependências – familiares, pessoais, profissionais – que a pesca gerou, principalmente no último século, nestes três municípios. Iniciativa do Grupo de Ação Local - GAL Costeiro Litoral Norte da Área Metropolitana do Porto, financiada pelo Programa Operacional Regional Norte 2020, Rostos da Maré, Vidas em rede entre Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim foi concebido pela Bind’ó Peixe - Associação Cultural e co-produzido por esta organização e pela Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), que editou a obra.
São 21 as histórias dadas a conhecer neste livro. Para além dele, o projeto inclui outras duas componentes: uma exposição fotográfica, que circulará pelos três concelhos, e que se baseia em retratos de estúdio destes Rostos da Maré realizados por cinco fotógrafos – Helena Flores, Joana Dionísio, Luís Ribeiro, Olívia da Silva e Sérgio Rolando; e uma criação audiovisual de Tânia Dinis (manipulação de imagem) e Miguel Pipa (sonoplastia), baseada nos arquivos pessoais dos entrevistados e no registo áudio das conversas.
A difusão, nos três concelhos, de sobrenomes como Fangueiro, Fortunato, Torrão, ou da Mata, de alcunhas como a dos Camaços ou da São Benta (para citar apenas alguns exemplos) é uma marca atual do resultado dessas navegações; de cruzamentos e laços familiares alimentados pelos ritmos sazonais da pesca da sardinha; de uma mobilidade facilitada por uma linha de comboio, do Porto à Senhora da Hora, que é hoje uma linha de metro. E, numa sociedade em mudança acelerada, na qual a pesca já não tem o peso social de outrora nestas comunidades.
Após a apresentação em Matosinhos, segue-se, em julho, a sessão de divulgação em Vila do Conde, no dia 8, pelas 18h00, no Centro de Memória.