É sempre uma vivência única participar no sortilégio de um território encantado e nem a chuva persistente conseguiu estragar a experiência.
ECOS e FUNGINSA, os projetos selecionados dos estudantes da Licenciatura em Design Industrial, António Aguiar Branco e Sílvia Aires Ferreira, partiram na madrugada do dia 29 de agosto, das oficinas da Escola Superior de Media Artes e Design até à província de Corunha, mais especificamente para a propriedade florestal A Panda da Dá em O Freixo, As Pontes, no meio de aldeias abandonadas e florestas de conservação e produção. O bosque é dinamizado pela FINSA – gigante multinacional espanhola dedicada à indústria madeireira – que, desde 1989, ensaia soluções de gestão florestal sustentável e selecionou estes dois objetos artísticos para habitar e intervir no espaço natural.
O objetivo subjacente de ECOS e FUNGINSA é provocar no interlocutor não um choque visual – embora este possa existir – mas uma conexão harmoniosa com o espaço envolvente, procurando ligar-se intimamente à paisagem.
Esta experiência, exposta inevitávelmente a ação do tempo e dos agentes naturais, afirma-se como um testemunho da própria perenidade, rompendo com os espaços convencionais, transformando a paisagem em um território contextual do que é a prática artística, com trabalhos que são criados a partir da natureza e fundem-se no espaço.
A Residência A Panda da Dá é a mais recente edição do projeto Design e Território, coordenada pelo docente Abel Tavares, que tem vindo a dinamizar residências de design um pouco por todo o país, desenvolvendo e refletindo sobre técnicas industriais e/ou ancestrais e promovendo, não apenas a continuidade de processos em extinção, mas encorajar novas visões e produtos.