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Publicado em: 08 Novembro 2024

Modo Operativo AND: performar o comum com Fernanda Eugénio

O Imagens do Real Imaginado recebe a artista Fernanda Eugénio para um workshop a decorrer na BlackBox.

No dia 15 de novembro, pelas 9h30, na BlackBox da ESMAD, o Imagens do Real Imaginado recebe a artista, antropóloga e investigadora Fernanda Eugénio.

Através de exercícios práticos que colocam num mesmo plano o pensar e o fazer, o workshop Modo Operativo AND: performar o comum de/com propõe uma abordagem prática aos mecanismos singulares e coletivos da convivência, propondo ferramentas concretas para potenciar processos de colaboração, co-aprendizagem e negociação da convivência.

A ética praticada pelo MO_AND pode sintetizar-se no exercício do Re-parar: parar de novo, fazer o inventário-invenção do possível a cada vez, e efetuar a reparação através do cuidado-curadoria duracional das relações. O Modo Operativo AND permite perceber padrões comportamentais e tendências relacionais, contribuindo para o desenvolvimento de capacidades de auto-regulação emocional, de auto-gestão da atenção (seleção, focalização e coordenação dos estímulos), e de consequentes tomadas de decisão e respectiva performação.

O MO_AND é partilhado através da interface de um ‘jogo de tabuleiro’ que define uma zona de atenção coletiva, e do manuseamento simultâneo de uma coleção de objetos, identificados como lixo, tralha ou desperdício, normalmente encontrados abandonados, em desuso, partidos, descartados ou obsoletos. São os restos e vestígios da cultura de consumo hegemónica e da destruição que as sociedades-natureza humanas estão cumulativamente a deixar no mundo, devorando a vitalidade do corpo-soma coletivo. Em cada um destes pequenos vestígios está a totalidade da sociedade e das suas dinâmicas, de modo que a tralha transporta muitos ensinamentos sobre as modulações da irreparabilidade, de forma crua e direta, e sobre as formas possíveis de a reparar.

Neste jogo não há regras preestabelecidas mas sim regras imanentes, que emergem do próprio jogar, ou seja, do co-posicionamento e da co-responsabilização de quem participa. É uma prática transversal e sem pré-requisitos, partilhada em oficinas, escolas e laboratórios abertos à participação de qualquer pessoa interessada em estudar, de modo vivencial, as (micro)políticas implicadas na operacionalidade e na sustentabilidade do viver-juntes, bem como a praticar a criatividade noutros termos: deslocada do registo autocentrado e expandida em inventividade divergente e eticamente comprometida com a justeza.

A lotação máxima é de 20 participantes e a inscrição, aberta a todos os interessados, pode ser feita através deste formulário.

Workshop em parceria com a Circular Associação Cultural.

Imagem MO_AND still webserie © Patrícia Araújo

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