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Publicado em: 10 Setembro 2024

Inauguração das exposições “Cristo” e “Pedra Dura”

O Centro de Cultura do Politécnico do Porto recebe as exposições de Aníbal Lemos e Teresa Castro.

No dia 12 de setembro, pelas 17h00, o Centro de Cultura do Politécnico do Porto inaugura a exposição de Aníbal Lemos e a instalação sonora de Teresa Castro.

Exposição de Fotografia Cristo, de Aníbal Lemos

Curadoria de Olívia Marques da Silva

Nos anos 80, no contexto académico, realizei a primeira fotografia alusiva ao tema “Cristo”, que só mais tarde, já no tempo digital e a partir de um negativo de 35 mm, viria a imprimir num grande formato. As questões de género, que então abordei, tornaram-se mais visíveis na atualidade, num mundo mais livre, dando o mote para repegar no conceito e torná-lo mais abrangente. Afronta aos deuses monoteístas do género masculino, uma alusão alternativa? Um “Cristo”, acontecido hoje, seria do mesmo género e proveniência? Ou, talvez memória das deusas egípcias, gregas ou romanas, ou Hermafrodito da mitologia grega.

Instalação Sonora Pedra Dura, de Teresa Castro

Curadoria de Bruno Pereira. Coordenação Olívia Marques da Silva

Consideramos um objeto inerte porque somos incapazes de percecionar a lenta mudança na sua materialidade (Bennet). Uma montanha parece-nos igual, tal como uma pedra, mas os ciclos geológicos também estão em curso, simultaneamente aos ciclos orgânicos, ainda que não o percepcionemos a olho nu. Partindo do princípio de que os objectos não são apenas a imagem que vemos no nosso cérebro, mas também o processo da sua criação (Ingold), esta instalação sonora especula uma narrativa geológica a partir do cruzamento entre gravações de campo e a análise morfológica da praia de São Paio em Labruge. Os contornos de alguns elementos geológicos deste lugar são monitorizados e utilizados para manipular a paisagem sonora, resultando numa zona de turbulência onde o documentário e a especulação se sobrepõem, resultando num terceiro som com o qual somos convidados a nos relacionarmos. Propormo-nos a escutar entidades não-humanas, desviando o foco antropocêntrico, põe-nos em contacto com o nosso meio ambiente e dá lugar a uma empatia ecológica que nos sugere a reflexão sobre a forma de como nos relacionamos com a Natureza e a qual a urgência desta relação.

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