Os estudantes do segundo ano da licenciatura em design industrial da Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD), celebraram os 100 anos daquela que foi a primeira escola de design, a Staatliches Bauhaus (Weimar, 1919 — Berlin, 1933), mais conhecida como Bauhaus.
Esta celebração, que cruza história e projeto - daquela que ainda hoje é considerada a referência maior no ensino do design -, é a materialização do reconhecimento e identificação com os princípios da Bauhaus.
Os docentes Rui Alves e Soraia Teixeira, desafiaram os estudantes do segundo ano da Licenciatura em Design Industrial, a (re)produzirem e encenarem a conhecida fotografia de Ernst Schneider, da peça Das Triadische Ballet, levada a cena pelo Bauhausbühne (Grupo de Teatro da Bauhaus) no Metropol Theater de Berlin em 1926. Desde a estreia em Stuttgart, a 30 de setembro de 1922, que a coreografia e figurinos radicais de Oskar Schlemmer (professor da Bauhaus entre 1921-29), proposta de transformação dos contornos humanos em material e cor, são uma referência nas práticas académicas.
Esta peça representa o espírito vivo da Bauhaus que por momentos, docentes e estudantes da ESMAD, também conseguiram vivenciar. Esta (re)produção, no âmbito do curso de design industrial, da peça Das Triadische Ballet, levanta questões sobre o “modelo de ensino” que temos hoje e se de facto temos um “modelo de ensino” de design.
Ainda que a Bauhaus constitua uma referência incontornável para o ensino de design, atualmente, esta parece ter sido esquecida no posicionamento e práticas da academia instituída. Resultado de uma profunda reforma do ensino, a Bauhaus nasce dos escombros da guerra com o objetivo muito claro de reconstruir um país destruído.
A pergunta que estes estudantes fazem é: com que objetivos trabalhamos e para quando uma reforma do ensino e das práticas académicas nos cursos de design?