No dia 26 de novembro, no ARCA'21, em Montemor-o-Novo, decorre a apresentação de Alcântaras, uma performance cinemática/musical de Ramusyo Brasil e Cesário Alves.
Alcântaras, como o nome sugere, propõe a criação de pontes que conectam temporalidades e tecnologias dispersas, mas com uma mesma matriz: a territorialidade e a etnicidade partilhada. Um certo Estado de Natureza das matérias vivas que reclama, mais do que uma oposição ao Estado de Direito, determinada Ecologia dos Saberes. Uma palmeira ao vento, uma música que se espraia na brisa da maré... Ao conectar imagem e som, tecnologias ancestrais e emergentes, natureza e cultura, corpo e som, queremos dar a ver o som que emerge do vento e as imagens auscultadas pela luz, ambas em etéreo movimento vibracional.
Alcântara, no Maranhão - Brasil, que outrora foi palco do desenvolvimento comercial das lavouras de algodão, hoje pulsa as radiolas de reggae e o tambor de crioula advindos das comunidades quilombolas que se criaram durante e após o fim da época colonial. Tais comunidades são espaços de resistência e manutenção de práticas muito refinadas de um arcabouço cultural que envolve religiosidade, estéticas da existência e políticas do corpo. Essa é um pouco da síntese que mostraremos, pequenos excertos cintilantes/sonoros de um amálgama forte da cultura preta, recôndita numa reentrância do litoral do Maranhão.
Apoios institucionais:
NUPPI | Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem / Instituto Federal do Maranhão
Laboratório de Artes na Montanha – Graça Morais / Politécnico de Bragança
uniMAD | Unidade de Investigação da Escola Superior de Media Artes e Design
ARCA, Arquivo e Cinema / Cineclube & Filmoteca Municipal de Montemor-o-Novo